18 de junho de 2012

Sobre tirar o Felipe da escola.


Foi uma decisão cheia de medos e questionamentos.

O dia que  minha mãe sugeriu que eu fizesse eu disse que pensaria, e descartei a idéia em seguida.
Então os dias passaram, e eu percebi que não dava mais.

Desde o começo do ano foi um stress, na hora que o Felipe via o uniforme chorava, na hora de descer do carro esperneava, tinha dias que implorava. Desde o inicio do ano eu deixava ele no portão, entrava no carro e chorava.

Quando sai da empresa achei que tudo mudaria, afinal, ele só iria meio período, então ficaria tudo bem. Me enganei, nada mudou. E depois de muito pensar eu cheguei pro Ivan e disse que não aguentava mais.

Pensamos em muda-lo de escola, conversamos, vimos as opções e eu decidi: Vamos tira-lo da escola. Conversei com ele, e mesmo com seus 2 anos e 7 meses ele pareceu entender e gostar da idéia.

Eu senti muito medo, medo de me arrepender, de prejudica-lo, de surtar.
Em menos de dois dias me convenci, fomos a escola e eu desabafei, chorei. Os medos voltaram, eu esperava o apoio da escola, mas a diretora e a professora "riram" de mim, disseram que eu não aguentaria nem uma semana. Na hora de ir embora o Felipe nem se despediu, correu pro colo e saiu de lá rindo e dando tchau aos quatro ventos.

Cheguei em casa perturbada, conversei com muitas amigas, mães, psicólogas, pedagogas e todas me apoiaram, me deram força. Enfim me tranquilizei e deixei rolar.

Hoje eu tenho a certeza que fiz a coisa certa.
Depois de duas semanas eu tenho outra criança em casa, mais calma, mais educada, mais paciente, mais alegre.

O meu filho disparou a falar nos últimos dias, começou a cantar, voltou a dançar.
Ele está feliz, ele está em casa comigo.

A gente brinca, ve filme, dorme a tarde, a gente come besteira, conversamos, desenhamos, montamos quebra-cabeça, pulamos na cama. A gente se entende hoje mais do que nunca. Estamos felizes!

Em momento nenhum eu culpo a escola, não culpo a ninguém, confesso que aquela cobrança das atividades e foco pesou um pouco na minha decisão, mas o que mais pesou foi o fato de que o meu filho não estava feliz.
Felipe quer aconchego, que a casa dele, ele é pequeno e merece. Vai ter muitos anos pra ir a escola, pra estudar, pra aprender coisas que eu não posso ensinar.

Ele é um menino de poucos amigos, e terá muito tempo para faze-los. Agora é isso, ser livre pra brincar.