25 de maio de 2011

Eu fui adotada, aliás, fui escolhida!


   

Hoje em dia muitos casais pensam em ter filhos, mas poucos pensam em adotar crianças. Esse ato de amor ao próximo requer muita paciência e vontade para conseguir levar esse processo a diante.

Já ouvi muita gente falar que os genes dos pais permanecem em muito na personalidade do filho. Alguns dizem que conheceu fulano que adotou ciclano, deu educação, amor, e mesmo assim o ciclano só deu problema. Seria mesmo do sangue isso? Vi no jornal outro dia que estudos comprovam que, se o pai é alcoólatra, o filho tem essa pré-disposição, mas até onde isso pode nos impedir de ser melhores que os nossos pais?

Hoje é dia para falarmos sobre "vida real", dia de refletir, hoje é o dia nacional da adoção... e a menina que aqui vos fala deixou os genes ruins de lado no momento em que foi AMADA, adotada não, ESCOLHIDA!

Como já relatei várias vezes aqui, minha mãe faleceu quando nasci – fui a quarta filha – meu pai  não teve "forças" para criar seus filhos após essa perda e nos “distribuiu” entre os familiares, Deus que me perdoe expor isso aos cantos, mas enfim, se quiserem saber mais sobre meu pai é só clicar aqui.


Uma tia minha tinha apenas um filho e resolveu me criar – Não pode me adotar legalmente pois a lei impede adoção entre parentes - Tudo a impedia no momento, eu nasci prematura, com 1,200 kg, como ela sempre me conta, eu cabia em uma caixa de sapatos... Mas ela quis, persistiu e me amou desde o primeiro momento. Sai da maternidade e logo diagnosticaram que eu não viveria nem 2 meses, eu estava com pneumonia, o que fez que minha mãe persistisse, cuidasse de mim 24 hrs por dia, meu pai – esposo dela – fazia toda correria em bancos de leite o dia todo, afinal eu precisava do leite materno pra sobreviver.

Fui criada com amor, educada de maneira severa. Eles insistiram em me dar a vida.

Na adolescência tinha momentos de revolta sim. Aquelas cenas de novelas, onde ofendemos nossos pais tocando na ferida, questionando: “- Se é pra ser assim por que me adotou?” Minha mãe sempre disse: “Não adotei, escolhi. E escolhi por que te amei, porque eu quis VC! Não para simplesmente passar a mão em sua cabeça!”

E isso sempre me deixou orgulhosa, me fez querer ser a melhor filha.

Tem casais que adotam e não agüentam o tranco de ter um filho que muitas vezes vem da “barriga” com um personalidade forte, questão de criação, mas o fato de criar a criança errado, ter fracassado nessa parte, faz com que casais culpem os antigos pais... Mas o que vc acredita? Educação vem de berço ou do DNA? E quando falhamos com filhos biológicos a quem culpar?

Eu posso dizer, quando vejo a mim, e meus outros 3 irmãos... TODOS diferentes, em conceitos, sonhos e objetivos... o que falou mais alto nesse caso foi a criação, o amor dado por quem nos criou – cada um foi criado por uma pessoa diferente.


Graças a Deus fui presenteada, vc já pensou em fazer esse ato de amor?

Em mudar o destino de uma criança? Em escolher um filho para vc amar e educar?
É uma decisão difícil, mas digna de admiração a quem a faz.
Eu já pensei em adotar, e penso ainda. Mas as vezes o que nos impede é o medo, a burocracia do sistema, a longa espera, desnecessária, na fila para adoção.

Mas vale a pena pensar nesses assunto, conhecer orfanatos da sua região, afinal maior que o nosso sonho de ter filhos, somente o daquelas crianças de ter pais =o)

18 comentários:

Bina USA disse...

Conheco muitas pessoas que adotaram e algumas que foram adotadas, conheco pessoas que tem pai e mae "normalmente", conheco pessoas que depois de adultas descobriram serem filhos ou da mae, ou do pai e nao do casal que achou que fosse, conheco gente feliz e gente infeliz. Nao importa suas origens, voce tem apenas que ser feliz, mas nada. De que adianta achar que o copo esta meio vazio, se eh muito mais simples encara-lo como meio cheio??
Queria muito poder adotar, acho lindo o ato, mas nao pra me sentir heroina, pq lamento que criancas indefesas tenham que "comecar a vida" nessa loteria.
Escreveria um livro pensando em adocao, lindo e profundo seu texto, parabens!
Grande abraco!
Bina

Carol disse...

Ai amiga, que lindo. Chorei pq sei quanto amor você recebeu dessa mãe que te escolheu.
E por ela ter feito essa opção, como vc mesma disse, ela te educou sem passar a mão na sua cabeça sempre, mesmo nos piores momentos, ela te mostrou pq estava ali.
Isso é amor.

Lindo texto.

Beijos

Júlia Cristina disse...

que lindo relato e que lindo gesto de te escolher... fiquei emocionada...
Bjos grandes

Deni Brito disse...

Dina, acredita que eu não conhecia sua história? Li o link que vc colocou e me emocionei bastante.
É por isso que vc é uma mãezona, amiga. Vc tem fibra...
Tenho orgulho de conhecer vc, visse?
E obrigada pelo carinho de sempre, viu?
Adoro vc!
:*****

Mari disse...

Quase nunca falo que sou socióloga pois trabalho em uma área muito diferente, quando chegou a hora de fazer o trabalho de Conclusão briguei muito com o coordenador do curso pois queria fazer sobre adoção, queria conhecer mais... Durante a preparação do trabalho participei de encontros com pessoas que já adotaram, que queriam adotar e que foram adotada, aprendi muito com eles e ainda tive a chance de conversar com várias famílias e até com amigos que nunca tinha tido essa "liberdade". Com o trabalho tive mais certeza que terei um filho do coração, meu marido também quer, queremos uma criança fora dos "padrões", entre 3 e 5 anos, quero que ela saiba desde sempre como foi escolhida e como nos escolheu.
O que vale realmente é o coração, a criação, o amor que é dado, o resto é detalhe.

Unknown disse...

Nossa! Chorei lendo seu relato.Penso da mesma maneira que vc, acho que não importa da onde a criança veio e como é a sua persoanlidade, tudo pode ser mudado ou moldado com uma boa educação. Não acredito em nenhum tipo de predestinação, não seria justo! ninguém nasce predestinado a ser mal, ou rebelde ou bandido, isso parte das escolhas da vida, seja dos pais, seja do filho.

disse...

Que historia linda Dina!
Meu trabalho de tcc, foi sobre adoção, fiz uma manual de adoção. E aprendi muito neste periodo, as pessoas não só são escolhidas como nascem do coração!UM mega beijo.

Marcinha disse...

Dina querida, estou aqui com lágrimas no olhos... Sem saber o que dizer.
Não sei se vc sabe , mas eu e meu esposo estamos preparando os documentos para entrar com processo de adoção.
E é lendo relatos como o seu que nos dá força ainda mais!
Bjos com todo meu carinho

Nat disse...

Sabe Di,nunca fui preconceituosa sobre a adoção...mas as vezes eu duvidava do AMOR que poderíamos ter por uma criança adotada (falta de conhecimentos total).
Minha familia está em processo de adoção para um rapazinho que esta com 8 meses... ele já esta conosco desde os 4...e agora posso garantir: É um AMOR incondicional, é um ato de amor dia após dia, toda que vez que ele me vê e estica os bracinhos, me sinto a pessoa mais feliz do mundo...e o resto pode estar desabando, mais ele esta lá...lindo, saudavel e risonho no meu colo e isso me faz feliz e ponto.
Hoje eu sei que a adoção é um ato de amor...onde escolhemos e somos escolhimos pelo mais belo e puro AMOR!

Angi disse...

Dina,
primeira vez de muitas vezes por aqui!Adorei seu texto, sua história, tb sou filha do coração da minha mãe, e sou muito feliz por ter sido escolhida por ela!
Se quiser conhecer meu blog, vou adorar!
maedeguri.blogspot.com
Beijo
Angi

Juliana disse...

Me emocionei com o seu relato e mostrei a alguns casais de minha família para ver se eles aceitam a idéia de adoção... estou no cadastro nacional, espero que chegue logo a minha vez, já que não quero recem nascido e o que mais tem são crianças maiores nos abrigos.

Poliana Canha disse...

Ai Di, vc sabe o quanto admiro sua colocação sobre esse assunto, que é tão polemico, da forma que voce coloca e que deveria ser pensado assim, teríamos muito mais adoções.
Eu tenho muita vontade de escolher um filho, mas provavelmente depois do bilógico, vou aprender a ser mãe com o meu bilogico pra ser uma mãe ainda melhor pro escolhido...kkkkk
Bjos!

Rafaela disse...

Lindo post Dina!
Eu e o marido decidimos que não teremos o 3º filho da barriga por n motivos, mas que daqui 5 anos vamos sim ter nosso 3º filho escolhido como vc falou! Já temos isso claramente em nossas cabeças e corações!

Biula disse...

Oi, Dina, boa noite!

Eu não conhecia sua história, agora te admiro ainda mais, que pessoa bonita vc é!

Minha irmã caçula adotou uma menininha, minha sobrinha Isabela, é uma bênção, está com 2 aninhos! Adoção oficial, tudo direitinho, ela esperou um tempão, achava que não ia chegar nunca e chegou, rs

Saber que vc nasceu prematura, com baixo peso, teve dificuldades de saúde (entre outras, né)e é hoje uma mulher adulta, saudável, inteligente e feliz, renova minhas forças em relação ao meu caçula, tb nascido nas mesmas condições, adoro conhecer pessoas que venceram problemas desse tipo. Obrigada pelo exemplo.

Dina, muitas beijocas pra vc e pro seu lindo tb,

Tifany Fonseca disse...

Eu ja disse que adoro seu blog...e adorei esse relato tbm..bjos

Vanessa Dias disse...

Lindo seu relato, que bom que encontrou pais que lhe criaram tão bem e com tanto amor. Tenho uma sobrinha adotada, ela tem 5 anos, é linda e apaixonada pelos pais e eles por ela. Agora meu cunhado e a esposa estão tentando adotar uma irmã para ela. Acho q estória deles linda e os admiro muito.
Também gostaria de adotar, na verdade meu segunado filho seria adotado, mas Deus quis que engravidasse novamente. Mas se minha condição financeira melhorar penso em adotar daqui a uns anos. Acho lindo esse ato de amor.

Bjsssssssssssss

Tupiniquim - Comida Brasileira disse...

Dina,

Sábias palavras!!!
Vc é uma mulher MUITO especial!!!!

Karina

disse...

Lindo post Di!
Eu quero adotar sim, vou ter dois filhos,um do coração e um da barriga, e to achando que o do coração vai acabar nascendo antes.
Tenho casos de adoção na família, nos amigos, e meu futuro marido é adotivo, e não vejo nada de genética falando alto. Trabalho diretamente com isto, e cada vez me apaixono mais pelas histórias que vejo...
Adoção é amor supremo... escolher amar...
bjoo